rubens mano fez fotos de arranjos que as camareiras fizeram em um hotel no méxico com o tecido das roupas de cama, toalhas e papel higiênico dobrados.



ele fala que o convite ou qualquer tipo de sinalização institucional para ações e intervenções urbanas enquadram a experiência, criam marcos ou molduras que não só registram ou divulgam, mas que preparam e programam as pessoas para ver um trabalho de arte.
desavisado, o trabalho pode não ser visto como arte.
pode não ser visto.



rubens mano, em 2002, instalou na bienal de são paulo uma estrutura de vidro e ferro junto à arquitetura do edifício no lado oposto à entrada principal. o trabalho, intitulado vazadores, instaurava, de forma muito sutil, uma passagem não oficial e não controlada para a exposição. permitia que as pessoas entrassem e saíssem do edíficio gratuitamente e independentemente do circuito oficial. a insti-
tuição, à revelia do artista, adotou mecanismos de controle de fluxo junto ao trabalho. depois de uma longa negociação não resolvida, o artista pediu para se retirar da mostra.