em 1926, o grande vidro de duchamp quebrou-se, no trajeto para uma exposição em nova york. duchamp não substituiu o vidro. colou, ele mesmo, laboriosamente, dez anos depois. o trabalho é exibido hoje com as rachaduras. além disso, ele manteve a superfície na horizontal em seu ateliê por vários meses e dedicou-se a observar e fixar as camadas de poeira sobre o vidro.
em suas notas, duchamp fala de um aparelho para registrar, colecionar, transformar pequenos excessos e desperdicios de energia: o excesso de pressão / sobre um interruptor, a exalação / da fumaça de tabaco, o crescimento / do cabelo e das unhas, a / queda da urina e da merda / os movimentos impulsivos de medo, / de assombro, o / riso, a queda de lágrimas, / os gestos demonstrativos das mãos, / os olhares duros, os braços / que se movem ao longo de corpo, / o estiramento, a expectoração / (...)
ready-made (paradoxalmente) não realizado, de 1917: compre um dicionário e risque as palavras que devem ser riscadas.